Com
certeza você deve ter visto esse vídeo que circula nas redes sociais. Ele vem causando revolta em milhares de
pessoas pela forma que esse grupo de brasileiros trata a jovem, na Rússia. Os
homens gritam palavras obscenas a jovem estrangeira, que não entende a língua
portuguesa.
Revoltante,
vergonhoso, falta de educação, respeito, enfim. Uma exibição nítida de machismo
e misoginia, e por isso, todos nós, que queremos um país melhor, mais justo,
evoluído, não podemos tratar essa
atitude como "normal", ou mero "mi,mi,mi".
Repercussão
Após
a repercussão desse vídeo, não só grande
parte da população, entidades e pessoas públicas, vêm se posicionando
contrários a essa atitude, a Ordem dos
Advogados do Brasil, de Pernambuco, decidiu agir. Ela tenta identificar todos
os envolvidos, e entrou com um pedido de análise de conduta no Tribunal de
Ética e Disciplina da Ordem contra o advogado Diego Jatobá.
A Polícia Militar de Santa Catarina também identificou o tenente Eduardo Nunes, que serve a Lages. A corporação informou que abrirá um processo administrativo disciplinar sobre a conduto do policial.
A Polícia Militar de Santa Catarina também identificou o tenente Eduardo Nunes, que serve a Lages. A corporação informou que abrirá um processo administrativo disciplinar sobre a conduto do policial.
A
presidente da Comissão da Mulher Advogada no Estado, Ana Luiza Mousinho, foi
quem entrou com pedido de análise. “Primeiro, estamos tentando apurar quem são
todos os envolvidos. Mas, como o primeiro a ser reconhecido é um advogado,
vamos analisar a conduta dele, se há antecedentes, por exemplo”, explica Ana
Luiza. Se o tribunal entender que os fatos embasam uma punição, as penas podem
variar de uma advertência formal a uma suspensão temporária do direito de exercer
a profissão ou, no caso mais extremo, a exclusão dos quadros da OAB.
Machismo
Imagem: Reprodução/redes sociais |
Para
a especialista em gênero e desenvolvimento de políticas públicas pela
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Paty Sampaio, é preciso refletir
sobre a intenção que o grupo teve de tornar o momento uma brincadeira. “É muito
recorrente a tendência de transformar a violência em humor, e isso acontece
todos os dias. Quem não conhece grupos de homens que usam as redes sociais para
compartilhar entre si conteúdo misógino?”, destaca. “Acho ainda que esse caso
gerou comoção também por conta da palavra usada, um palavrão ‘mais forte’.
Vemos todos os dias situações violentas que passam despercebidas pelo fato de
usarem palavras que causam menos impacto”, acredita Paty.
A
coordenadora geral da ONG Gestos, Alessandra Nilo, acredita que o vídeo reflete
o cenário de enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil. “Aquele vídeo
é o produto de um País que ocupa os primeiros lugares nos rankings mundiais de
violência contra a mulher e que não discute esse assunto, pelo contrário, reduz
as verbas das políticas de enfrentamento a essa violência e proíbe em algumas
cidades o debate de gênero nas escolas pode ser nas atitudes daquele grupo”,
lamenta. Apesar de destacar a gravidade do ato, Alessandra afirma que o momento
cria a oportunidade de reflexão para toda a sociedade.
Já a Embaixada do Brasil pediu desculpas em nome do povo pelo comportamento de seus compatriotas.
Já a Embaixada do Brasil pediu desculpas em nome do povo pelo comportamento de seus compatriotas.
Com informações de Delas Por Ela , Luiza Freitas, do Jornal do Commercio/Rede Nordeste/ Uol.
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